O Mito do Voto Útil

Estamos em épocas de eleições. Usando um velho clichê: agora é a hora de ditarmos o futuro do país. E como fazemos isso? Através do nosso voto. É através dele que escolhemos quem irá definir os rumos de nossa nação, de nosso estado, de nossas vidas; quem irá definir as leis pelas quais nossas vidas são regidas; quem irá definir os atos pelos quais nossos trabalhos serão guiados. Mas não é exatamente sobre as eleições o tema do meu artigo. E sim, de algo que muito atrapalha a boa democracia: o chamado "voto útil".

O "voto útil", é um pensamento que se abate sobre boa parte da população, principalmente daqueles que não são tão pobres e ingênuos mas ao mesmo tempo não são os grandes pensadores ou até mesmo pessoas mais esclarecidas. São aqueles que, por algum ou outro raciocínio menor, acabam colocando a decisão do seu voto de uma forma mais "estratégica", porém, totalmente errônea. Para estas pessoas, deve se votar "em quem tem chance", e não em quem elas acreditam.

É aquela velha história: se Fulano tem uma boa proposta, idéias que realmente podem ser implementadas, não apenas simples promessas, mas ele "é um candidato fraco", "não tem chance", então não merece nosso voto. Por outro lado, se Beltrano não é tão bom candidato, mas é menos pior que outros, mas aparece nas pesquisas na frente, então deve-se votar nele. A idéia é de que assim não estaria "jogando fora" o voto.

Mas que bobagem! Eu acho que quem vota assim é que está jogando fora o seu voto. E minha idéia é corroborada pela atitude das pessoas comuns com as quais tenho contato todos os dias. Não vou citar nomes, mas sei que o meu candidato provavelmente não vai se dar bem nestas eleições. Me perguntaram em quem eu vou votar, e quando revelo meu voto, me dizem que estou fazendo besteira e jogando meu voto fora. Já outros, também querem votar nele, mas não votam porque ele não vai ter boa votação. Bem, fazendo uma análise somente do universo ao qual estou inserido, vi que de 50 pessoas, 28 iriam votar nele mas não vão porque é fraco. Ora, guardadas as devidas proporções, se todos pensassem diferente, será que ele não será eleito?

Quando votar, pense nisso. Não se deixe influenciar por pesquisas, ou por outras pessoas. Não vote em "quem tem chance", mas em "quem merece".